O COVID-19 teve um impacto importante no setor imobiliário, influenciando, por exemplo, a procura de imóveis. Com o setor a manter uma boa performance em termos de vendas, destacam-se algumas tendências que estão refletidas no “2020 Profile of Home Buyers and Sellers” da National Association of REALTORS® (NAR).
O perfil realizado anualmente contém este ano uma secção nova que analisa como a pandemia está a afetar os comportamentos dos compradores, englobando a opinião de 8 mil inquiridos americanos entre julho de 2019 e junho de 2020, que serve como pista para algumas tendências que podemos também encontrar em Portugal.
“O coronavírus, sem dúvida, levou os compradores de casa a reavaliarem a sua solução de habitação e até a reconsiderar a dimensão e localização da casa”, refere Jessica Lautz, vice-presidente de insights demográficos e comportamentais da NAR. “Os compradores começaram a procurar casas com mais quartos, mais metros quadrados e jardins maiores, e talvez tenham desejado um escritório ou um ginásio em casa. Procuraram também casas maiores porque o espaço extra permitiu-lhe acomodar parentes mais velhos que começaram também a viver lá em casa.”
Tendência que surgiram entre compradores durante a pandemia
1. As casas multigeracionais tornaram-se mais populares, tanto por questões de saúde e de necessidade de tomar conta de pais e parentes mais velhos, mas também pela vontade de passar mais tempo com eles, de poupar despesas e de juntar múltiplas fontes de rendimento para comprar uma casa maior.
2. As casas compradas foram mais caras do que antes da pandemia.
3. O tempo que se espera ficar na casa comprada reduziu significativamente: nos 9 meses antes da pandemia, os inquiridos referiam, em média, que pretendiam ficar 15 anos na nova casa, valor que desceu para os 10 anos com o surgimento da pandemia.
4. Há mais inquilinos a tornarem-se proprietários: antes de abril os inquilinos representavam 36% dos compradores e desde então o valor subiu para os 45%.
5. Maior tendência para compradores preferirem casas em zonas suburbanas, mas não há um abandono das zonas urbanas, pelo contrário, até há um pequeno reforço.
6. O processo de procura tornou-se mais rápido: quem comprou casa desde março procurou apenas 2 semanas antes de contactar um agente, enquanto antes da pandemia esse período era de 3 semanas. Quem comprou após o início da pandemia fê-lo de forma mais estratégica, limitando o número de casas a visitar, que desceu de 9 para 8 antes da decisão de comprar.
7. Alguns segmentos de compradores aumentaram. Os casais casados continuam a representar a maior fatia de compradores de casas. Antes da pandemia as mulheres solteiras eram o maior grupo de compradores depois dos casais casados, mas perderam um pouco de peso com a pandemia, enquanto que os casai não casados aumentaram.
Baseado no artigo “NAR Survey Reveals 14 Home Buying, Selling Trends Since the Pandemic” publicado em magazine.realtor
Partilhe esta notícia nas redes sociais